Na provincia de Huíla, as autoridades sanitárias registaram entre Janeiro e Março 233 casos de cólera, segundo as declarações do chefe do Departamento de Saúde Pública e Controlo de Endemias, Barnabé Lemos, proferidas hoje, no Lubango. Informou ainda que estão a ser aplicadas medidas preventivas junto das comunidades e conduzidas acções de investigação e busca activa dos casos de cólera, permitindo reduzir significativamente os números. Só na cidade de Lubango, capital da província de Huíla, foram registados no mês de Janeiro 119 casos. No sentido de prevenir um eventual surto, a Repartição Municipal da Saúde de Lubango, iniciou a 14 de Março, no bairro Comandante Cowboy, um projecto de combate à cólera, que se vai estender aos restantes bairros e comunas de Lubango. Contempla várias acções preventivas, com enfoque em campanhas de sensibilização e formação comunitárias sobre as causas de endemia e as formas de contenção da mesma, contando com a parceria das comissões de bairro, das igrejas e dos comités de acção dos partidos, na difusão da informação aos munícipes sobre como tratar o lixo, a água, construir e cuidar das latrinas.
A par destas acções de sensibilização e formação, quarenta e três famílias da povoação de Mankhipa, comuna de Arimba, município de Lubango beneficiaram, hoje, da distribuição de mais de 80 litros de lixívia para desinfectar a água, 22 mil litros de água potável, 43 recipientes de 20 litros para conservação da água e 800 pacotes de soro de hidratação. Estes produtos foram distribuidos pela Repartição Municipal da Saúde de Lubango, com o apoio da Direcção Provincial das àguas, Cruz Vermelha de Angola e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
No Sul de Angola, as cheias deixaram 20 mil pessoas desalojadas e aumentaram o risco de uma epidemia de cólera. Valter Quifica, secretário-geral da Cruz Vermelha de Angola, descreveu a situação como “severa” e admitiu que vários milhares de pessoas possam ser atingidos por esta epidemia.
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