Haiti – A tragédia, seis meses depois...

Continuamos no Haiti, 6 meses depois da maior tragédia natural dos últimos anos que atingiu o povo do Haiti, causando uma das mais complexas crises humanitárias de sempre.
A Comunicação social ignorou tal facto, expresso em 12 de Julho em nota informativa Saúde em Português.
Não estamos a divulgar intenções, desfraldar bandeiras, lançar “primeira” pedra, ou dissertar em verborreia, estamos a trabalhar.
No mês de Junho, a equipa Saúde em Português assistiu 50 grávidas, 594 crianças, 152 casos de hipertensão arterial, diabete e asma, 275 casos agudos, 330 infecções; fez planeamento familiar, tratou enfarte, epilepsia, VIH, e muito mais. Levantam-se às 6h 15m, saem de casa às 7h, chegam à Clínica às 8h, fecham às 20h, jantam, chegam a casa às 21h 30m / 23 h, tomam banho, fazem resumo do dia. Dorme quando dormem. Vida de Missão Saúde em Português!
Saúde em Português continua no terreno a ‘Salvar Vidas’ numa época que se adivinha difícil graças à época das chuvas e furacões que se prolonga até Outubro.
Continuamos a trabalhar, devidamente autorizados pelas autoridades competentes, numa das zonas prioritárias de Port-au-Prince, Champs de Mars, desenvolvendo projecto financiado pela Organização das Nações Unidas, através do Office for the Coordination of Humanitarian Affairs (OCHA) e apoiado pelo Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD).
Este projecto, Unité de Santé Familial (USF), está a implantar no país a primeira estrutura deste género, replicando o modelo português, com o objectivo de acompanhar as famílias haitianas nas vertentes bio-psico-sociais.
Três meses decorridos, Saúde em Português tem já 8.500 pessoas inscritas nesta USF, disponibilizando cuidados de saúde primários, fazendo consultas de saúde materna e infantil, planeamento familiar, diabetes, hipertensão arterial, entre outras.
Estamos ainda a trabalhar directamente em alguns dos campos de deslocados, com parceiros nacionais e internacionais, fazendo educação para a saúde, avaliando as necessidades de apoio psico-social existentes e planeando futuras intervenções em saúde.
Recentemente a organização foi ainda convidada a pertencer a um grupo de consultores para a Saúde Reprodutiva do Adolescente, que tem por objectivo delinear o Plano Nacional para os próximos anos nesta área.