Saúde em Português

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Instituição de Utilidade Pública de Portugal; Registo 1423/99 do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal; Membro da Plataforma Portuguesa das Organizações Não Governamentais para o Desenvolvimento; Membro Associado da Confederação Ibero Americana de Medicina Familiar; Membro Observador Consultivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa; Membro do Fórum Não Governamental para a Inclusão Social

10/05/11

Saúde em Português condena violação dos Direitos Humanos - Pedido de auxílio ignorado leva à morte 61 imigrantes

“Todas as manhãs, nós acordávamos e encontrávamos mais corpos, que deixávamos lá por 24 horas e depois jogávamos no mar. Nos últimos dias, não nos reconhecíamos mais, todos estavam rezando ou morrendo”, contou um dos sobreviventes, Abu Kurke, ao The Guardian.

No dia 25 de Março, saiu de Tripoli uma embarcação com 47 etíopes, 7 nigerianos, 7 pessoas da Eritréia, 6 de Gana e 5 do Sudão - entre eles, havia 20 mulheres e 2 crianças. Este navio tinha como destino a ilha italiana de Lampedusa, a 290 quilômetros da capital da Líbia.No entanto, passadas 18 horas de viagem, o navio começou a perder combustível, tendo ficado à deriva durante 16 dias. Os 72 tripulantes que se encontravam na embarcação solicitaram apoio à NATO e à guarda costeira italiana, mas foram ignorados.Segundo um relato dos sobreviventes, um helicóptero militar que sobrevoou o navio entregou garrafas de água e biscoitos aos tripulantes e fez sinais, informando que uma embarcação os iria resgatar, mas tal nunca aconteceu. Do total de passageiros, 61 acabaram por morrer, em pleno mar alto à fome e à sede. Dos 11 que chegaram com vida após o resgate, 2 acabaram por morrer. Perante pedidos de justificação por parte de militantes dos direitos dos refugiados e agência de refugiados da ONU, um porta-voz da NATO afirmou que a organização não recebeu sinais do navio e que não tinha conhecimento do incidente. Saúde em Português não pode ficar indiferente e condena esta atroz violação dos Direitos Humanos, que teve como consequência a morte de 61 pessoas que, inocentemente, morreram à fome e à sede. Responsabiliza por isso, os Governos que não respeitaram a legislação marítima internacional, através da qual todas as autoridades, incluindo as militares, são obrigadas a responder a todos os pedidos de auxílio e a prestar ajuda a todos aqueles que se encontrem na sua área marítima, sempre que tal seja necessário. A morte caiu ao mar, e devia envergonhar os responsáveis pela ignomínia.

Foto: THOMAS SAMSON / AFP | Jornal de Notícias

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